quarta-feira, 9 de maio de 2012

Livro demoníaco: O Pacto



Joe Hill para quem não sabe é o filho prodígio do escritor de terror contemporâneo Stephen King. Sempre fui fã de King, e assim que li o primeiro livro de Joe Hill (A Estrada da Noite) virei igualmente fã. Porém, apenas muito depois vim descobrir o grau de parentesco entre os meus dois escritores preferidos. O que acontece é que Joe Hill não faz questão em declarar sua filiação, e nem foi preciso disso para se tornar um dos melhores escritores de ficção fantástica da atualidade.

O Pacto (Horns, na versão americana) é o tipo de literatura que agrada a poucos. Ig Perrish, o personagem central, é o principal suspeito de ter estuprado e assassinado sua namorada, Merrin. Nenhuma prova o condena, mas todos a sua volta o incrimina com os olhares. Um ano depois, Ig acorda com uma puta ressaca, e uma dor de cabeça dos infernos, logo percebe que durante a noite lhe nasceram, literalmente, um par de chifres. O mais assustador é que as pessoas a sua volta percebem os tais chifres, porém não reagem como era de se esperar. Ao invés de espanto reagem contando seus pecados mais inconfessáveis. Agora, que possui chifres, pode saber de tudo o que aconteceu na noite do assassinato, pode acabar com o que mais tem o angustiado. Ig acabou se tornando o próprio demônio, e com este novo ‘poder’ acaba por descobrir quem foi o verdadeiro responsável pelo crime, além de descobrir vários outros segredos dos seus amigos, familiares, e até mesmo os segredos (polêmicos) de um padre.

O livro é um jogo psicológico. Contra indicado para leitores sensíveis, ou muito religiosos. O autor aborda temas pesados, com uma linguagem igualmente pesada. Joel Hill usa um vocabulário cheio de palavrões sem grande cerimônia. Por outro lado, ele consegue descrever cada situação e cada personagem com perfeição, os diálogos não excelentemente montados, e em nenhuma hora se mostram artificiais. O humor sarcástico é outro ponto positivo.


“Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim”.


Aqui tem os primeiros capítulos do livro, espero que gostem.

2 comentários:

Farias disse...

Me convenceu. Primeira oportunidade eu leio.

Cíntia Menezes disse...

Me convenceu também, vou ler com certeza...

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